Depressão e saúde mental

A depressão, considerada como o mal do século, é uma condição médica séria e complexa que afeta o humor, os pensamentos e o comportamento de uma pessoa. Ela pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, bioquímicos, ambientais e psicológicos. A depressão não é simplesmente uma tristeza passageira, mas sim uma condição persistente que pode interferir significativamente na vida diária.
Acompanhe esse post e entenda mais sobre a depressão, seus tipos, sintomas e tratamento.

O que é depressão

A depressão é caracterizada como doença psiquiátrica que produz alteração do humor devido a uma tristeza profunda e associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, angústia, baixo autoestima, culpa, distúrbios alimentares e de sono.

Por envolver uma série de doenças, a depressão é denominada como síndrome é classificada como doença psiquiátrica crônica.

É de extrema importância saber diferenciar a tristeza transitória provocada por acontecimentos difíceis como a perda de uma pessoa querida, desencontros amorosos, desentendimentos familiares, dificuldades financeiras etc., da tristeza patológica que ultrapassa a resposta emocional típica a esses acontecimentos. Durante as adversidades as pessoas sofrem e ficam tristes, mas encontram uma forma de superar o desafio. Quando há o quadro de depressão, a tristeza é constante, não dá trégua mesmo que não haja uma causa aparente.

Causas de depressão

Mas afinal, o que causa a depressão?
Existe uma série de evidências que apontam alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação a neurotransmissores (como serotonina, noradrenalina e dopamina) substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.

Vale ressaltar, que ao contrário do que se acredita, os fatores psicológicos e sociais normalmente são consequência e não a causa da depressão. O estresse pode aumentar o risco de depressão em pessoas com predisposição genética.

Tipos de depressão

Existem vários tipos de depressão, cada um com características específicas. No entanto, as pessoas podem ter uma combinação de sintomas que não se encaixam perfeitamente em uma categoria específica. Logo, o acompanhamento de profissionais como psicólogos e psiquiatras são fundamentais para determinar o tipo de depressão e o plano de tratamento mais indicado.

Episódio depressivo

É caracterizado como o período em que a pessoa apresenta alteração em seu humor e comportamento. Os principais sintomas são tristeza, falta de energia, apatia, alterações no sono, alterações no apetite, pensamento lento, funções motoras alteradas. Esse quadro tende a ter durações mais curtas, de dois até seis meses, sem uma intensificação dos sintomas.

Depressão profunda

Quando os quadros depressivos se tornam recorrentes ou os sintomas de depressão se intensificam e duram por mais de seis meses, considera-se que a pessoa esteja passando por uma depressão profunda, ou transtorno depressivo maior.

Normalmente esse transtorno depressivo é um quadro de maior gravidade e tem grande relação com a herança genética. Nele ocorre uma mudança química no funcionamento do cérebro, que pode ser desencadeada por uma causa física ou emocional.

Depressão Bipolar

São fases de depressão que ocorrem dentro do transtorno bipolar. Também é considerada um subtipo de depressão. Os sintomas na fase da tristeza são falta de energia, apatia, alterações no sono, alterações no apetite, pensamento lento, funções motoras alteradas. Porém, nesse tipo também há a fase da euforia onde os sintomas são agitação, ocupação com diversas atividades, obsessão com determinados assuntos, aumento de impulsividade, aumento de energia, desatenção e hiperatividade.

Distimia

Considerada a forma crônica da depressão, porém, de menor gravidade, onde os sintomas de depressão podem durar períodos longos como dois anos ou mais. Os sintomas da distimia são a perda do interesse nas atividades diárias normais, falta de esperança, baixa produtividade, baixa autoestima, sentimento de ser inadequado, ser muito crítico, reclamar com frequência e não conseguir se divertir.

Depressão Atípica

Normalmente os quadros de depressão atípica tendem a ser melancólicos, onde o paciente apresenta tristeza e pensamentos de desesperança, inutilidade e até de morte. Também há falta de energia, cansaço, humor apático e aumento excessivo de sono.

Depressão Sazonal

O exemplo mais claro de depressão sazonal, estão relacionados ao inverno, quando a pessoa é acometida por episódios de tristeza devida a baixa exposição à luz solar. Existem outros tipos de depressão sazonal ligadas a épocas do ano. Um exemplo são as festas de final de ano, em que os níveis de estresse acabam aumentando devido a pensamentos das promessas não cumpridas durante o ano e a ansiedade pelo começo de um novo ano.

Depressão Pós-parto

A depressão pós-parto está muito relacionada às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. Logo após o nascimento do bebê, as novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro, que muitas vezes desaparecem rapidamente. Porém, quando esses sintomas aparecem com mais intensidade, dão origem a depressão pós-parto.

Depressão Psicótica

A depressão psicótica ocorre quando há uma junção dos sintomas de tristeza a outros menos típicos como delírios e alucinações. É considerada um tipo grave, embora não seja muito frequente. No entanto, qualquer pessoa está propensa a desenvolver esse tipo de depressão, mesmo pessoas que não tem histórico de psicose na família.

Depressão na Adolescência

No Brasil, cerca de 20% dos adolescentes entre 14 e 15 anos apresentam depressão leve a moderada, e quase 9% têm depressão grave. Os números são ainda mais alarmantes na faixa etária de 16 a 17 anos onde o número de depressão grave sobe para 17% e 13,5% têm depressão leve a moderada.

A depressão grave é mais frequente em adolescentes que possuem alguma condição psicológica como ansiedade ou transtorno déficit de atenção e hiperatividade, e também em jovens que fazem uso de entorpecentes.

A depressão na adolescência, embora tenha sintomas similares a depressão profunda, também pode apresentar como sintoma a irritabilidade.

Muitos pais e responsáveis acreditam que algumas atitudes como resistência em realizar tarefas, dificuldade em estudar e permanência excessiva no quarto, estão ligadas a rebeldia, no entanto esses comportamentos podem estar ligados aos sintomas de depressão.

É recomendado que a família procure orientação de um profissional para que seja feito um diagnóstico preciso sobre o adolescente e a possibilidade de depressão.

Depressão Infantil

A depressão infantil, assim como a depressão na adolescência, tem como sintoma mais comum a irritabilidade, perda de interesse, mau humor, isolamento e tristeza. Crianças podem ter outras causas que potencializam a doença como maus tratos domésticos, sofrer bullying, pertencer a minorias sexuais, ser rejeitado por familiares ou amigos.

Pesquisas apontam que crianças que praticam bullying também sofrem de depressão, e que uma relação afetiva calorosa com os pais, diminui drasticamente a predisposição à doença. Caso a sua criança tenha sintomas como, tristeza profunda ou prolongada, desânimo persistente, dificuldade para realizar atividades que costumava gostar, alterações de apetite e sono, frases pessimistas e dificuldade de concentração e atenção, procure ajuda de um especialista.

Depressão Gestacional

Muito se fala sobre a depressão pós-parto, e apesar de 70% das mulheres apresentarem queixa de depressão durante a gravidez, a depressão gestacional ainda é um tabu. Mulheres em idade fértil apresentam duas vezes mais chances de terem episódios de depressão, do que homens, e cerca de 25% das mães que tiveram depressão pós-parto, apresentaram sintomas de depressão gestacional.

As variações hormonais, preocupações excessivas em relação a saúde e bem-estar da criança, mudanças no corpo e estresse podem contribuir para a maior probabilidade de transtornos mentais como a depressão.

A depressão gestacional pode causar sintomas como insônia, ausência ou apetite excessivo, enjoo e fadiga. Porém, por serem sintomas semelhantes aos comuns de qualquer gestação, e visto com normalidade, o diagnóstico pode ser prejudicado.

Sintomas

Dentre os diversos tipos de depressão, alguns sintomas são relativamente predominantes, entre os sintomas emocionais estão:

  • Apatia
  • Falta de motivação
  • Medos que antes não existiam
  • Dificuldade de concentração
  • Perda ou aumento de apetite
  • Alto grau de pessimismo
  • Indecisão
  • Insegurança
  • Insônia
  • Falta de vontade de fazer atividades antes prazerosas
  • Sensação de vazio
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimento
  • Ansiedade
  • Angústia
  • Vontade de morrer

Já entre os sintomas físicos podemos encontrar sinais como:

  • Dores de barriga
  • Má digestão
  • Azia
  • Constipação
  • Flatulência
  • Tensão na nuca e nos ombros
  • Dores de cabeça
  • Dores no corpo
  • Pressão no peito
  • Queda da imunidade

Fatores de risco

Além dos fatores genéticos que já falamos antes, há algumas outras causas que corroboram para o aparecimento da depressão. Entre elas estão:

  • Abuso: sofrer abuso físico, sexual ou emocional pode aumentar a vulnerabilidade psicológica, agravando as chances de desenvolver a depressão.
  • Medicações específicas: alguns elementos químicos, como a Isotretinoína (usada para tratar a acne), o antiviral interferon alfa, e o uso de corticóides, podem aumentar o risco de desenvolver depressão.
  • Conflitos: a depressão em alguém que já tem predisposição genética para a doença, pode ser resultado de conflitos pessoais ou disputas com membros da família e amigos.
  • Morte ou perda: a tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos de desenvolver depressão
  • Eventos grandiosos: eventos negativos, como ficar desempregado, divorciar-se ou se aposentar, podem ser prejudiciais. Porém, até mesmo eventos positivos, como começar um novo emprego, formar-se ou se casar, podem ocasionar a depressão. Entretanto, é importante reiterar que a depressão não é apenas uma simples resposta frente a momentos estressantes do cotidiano, mas algo mais persistente.
  • Problemas pessoais: problemas como o isolamento, causado por doenças mentais, ou por ser expulso da família e de grupos sociais, também podem contribuir para o surgimento da depressão, assim como baixa autoestima.
  • Doenças graves: às vezes, a depressão pode coexistir com uma grande doença, como por exemplo, o câncer. Ou, então, pode ser estimulada pelo surgimento de um problema de saúde.
  • Abuso de substâncias: aproximadamente 30% das pessoas com vícios em substâncias apresentam depressão clínica ou profunda, como álcool, cigarro, remédios e drogas ilícitas.

Tratamento

A depressão é uma condição médica séria e complexa, porém tratável. Muitas pessoas que enfrentam a depressão experimentam melhora significativa com o tratamento adequado. Mas é importante ressaltar que a “cura” para depressão pode variar de pessoa para pessoa, pois nem todos respondem aos tratamentos da mesma maneira. Entre os tratamentos possíveis para depressão temos:

  • Psicoterapia

A ajuda de um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os gatilhos do dia a dia que desencadeiam a depressão, e assim reduzir os sintomas e trabalhar os fatores que levaram a este problema. Existem diversas abordagens de psicoterapia, o ideal é o paciente entender qual é a melhor abordagem para ele.

  • Exercícios Físicos

Exercícios físicos são uma maneira eficaz e muito procurada para ajudar a eliminar os sintomas da depressão. Eles ajudam de diversas maneiras, como na liberação de endorfina que trazem sensação de bem-estar e alívio do estresse, ajuda a regular os padrões de sono, alivia a ansiedade, a melhora na forma física e na aparência aumentam a autoestima, ajudam a ter mais clareza mental, proporcionam interação social quando os exercícios são feitos em grupo, proporcionam um senso de realização e motivação, regulam os neurotransmissores relacionados ao humor como a serotonina.

  • Medicamentos

Existem também opções medicamentosas que muito contribuem para o controle e a melhora da depressão. Tais medicamentos são prescritos por um profissional de saúde mental, como psiquiatra, que irá avaliar a gravidade, sintomas, histórico e outros fatores antes de decidir sobre o tratamento adequado.

É muito importante não ignorar sintomas de depressão. Cuidar da saúde mental é a chave para uma vida equilibrada. Equilíbrio emocional, relacionamentos saudáveis e desempenho otimizado são conquistas diárias. Procure ajuda de profissionais capacitados! Se você se identificou com esse artigo e quer saber mais sobre saúde mental clique em “Agende a sua consulta!” e converse com um de nossos especialistas.

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