Embora o infarto seja mais comum em pessoas idosas, ele também pode ocorrer em indivíduos jovens e, muitas vezes, de forma inesperada. O grande risco nessa faixa etária é que os sintomas podem ser confundidos com outras condições, atrasando o diagnóstico e o tratamento. Reconhecer rapidamente os sinais e buscar atendimento médico imediato pode ser decisivo para salvar a vida do paciente.
O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo de sangue que leva oxigênio ao coração é interrompido, geralmente por um bloqueio nas artérias. Nos jovens, esse quadro pode se manifestar de formas diferentes. A dor ou o desconforto no peito, que pode irradiar para os braços, ombros, pescoço ou mandíbula, é um dos sinais mais comuns. Também é frequente a sensação de pressão ou aperto no peito, a falta de ar durante esforços físicos e até uma queimação na região do estômago, o que faz com que muitas pessoas confundam os sintomas com problemas digestivos. Em alguns casos, ainda podem surgir suor excessivo, náuseas, tontura, palidez e sensação de desmaio.
Os sintomas podem variar de acordo com o sexo. Nas mulheres jovens, o infarto tende a se manifestar de maneira mais sutil, com dores nas costas, na mandíbula, no pescoço ou no estômago, acompanhadas de náuseas, vômitos, cansaço intenso e falta de ar. Já nos homens, a apresentação costuma ser mais clássica, com dor forte e persistente no peito que pode irradiar para um ou ambos os braços.
Diante da suspeita de infarto, agir rápido é fundamental. O ideal é acionar imediatamente uma ambulância e levar a pessoa ao pronto-socorro mais próximo, já que cada minuto faz diferença na preservação do músculo cardíaco e na chance de recuperação sem complicações graves.

Apesar de menos esperado, o infarto em jovens está frequentemente associado a fatores de risco semelhantes aos encontrados em adultos mais velhos. Hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes descontrolado, obesidade, tabagismo, sedentarismo e uso de drogas ilícitas ou estimulantes estão entre as principais causas. Além disso, doenças cardíacas congênitas e histórico familiar também podem aumentar as chances de um episódio. É importante destacar que muitos desses fatores de risco também estão relacionados ao AVC, embora os sintomas sejam diferentes: enquanto o infarto provoca dor no peito e falta de ar, o AVC geralmente se manifesta com paralisia de um lado do corpo, alteração na simetria facial e dificuldade para falar.
A prevenção é sempre o melhor caminho, e ela passa pela adoção de hábitos saudáveis desde cedo. Praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação equilibrada, controlar o peso, evitar o consumo de álcool e o tabagismo, dormir bem e reduzir o estresse são medidas fundamentais para proteger a saúde do coração. Além disso, acompanhar regularmente a pressão arterial, os níveis de colesterol e a glicemia ajuda a identificar precocemente condições que aumentam o risco de infarto.
Quando o infarto acontece, o tratamento deve ser imediato. Na maioria dos casos, busca-se desobstruir rapidamente a artéria bloqueada, seja com o uso de medicamentos trombolíticos, seja por meio de procedimentos como a angioplastia com stent, realizada durante o cateterismo. Em situações específicas, pode ser indicada a cirurgia de revascularização, também conhecida como ponte de safena. Após a recuperação inicial, é indispensável manter acompanhamento médico, adotar mudanças no estilo de vida e utilizar os medicamentos prescritos para evitar novos episódios.
O infarto em jovens não pode ser tratado como uma raridade. Ele existe, pode acontecer de forma silenciosa e exige atenção. Conhecer os sinais e agir sem demora é a melhor forma de salvar vidas e garantir um futuro mais saudável.