A insuficiência cardíaca é uma das doenças cardiovasculares mais comuns e representa um grande desafio de saúde pública, já que compromete não apenas a expectativa de vida, mas também a qualidade do dia a dia de milhões de pessoas. Trata-se de uma condição em que o coração perde a capacidade de bombear sangue de forma adequada, não conseguindo suprir as necessidades do organismo. Como consequência, outros órgãos sofrem pela falta de oxigênio e nutrientes essenciais. Esse problema pode se manifestar de duas formas principais: a insuficiência cardíaca sistólica, em que o coração apresenta dificuldade para contrair e ejetar o sangue, e a diastólica, em que o órgão não consegue se encher corretamente devido à rigidez do músculo. Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: o corpo recebe menos sangue e oxigênio do que precisa.
Os sintomas mais comuns incluem falta de ar, inicialmente aos esforços e depois até em repouso, cansaço excessivo, inchaço nas pernas e nos pés, aumento do abdômen, perda de apetite, tosse persistente, palpitações e suor frio. Como muitos desses sinais podem ser confundidos com outras condições, é essencial buscar atendimento médico assim que eles surgirem. O diagnóstico geralmente envolve exame clínico, ecocardiograma e outros exames complementares que avaliam a função cardíaca e investigam a causa da insuficiência.
Diversos fatores podem levar ao desenvolvimento da doença. Entre os principais estão a hipertensão arterial, o infarto do miocárdio, as doenças das válvulas cardíacas, a miocardite, o alcoolismo, a doença de Chagas, além de quadros associados à diabetes e à obesidade. O coração que sofre agressões ao longo dos anos perde gradualmente sua força de contração e, em casos de infarto, parte do músculo pode até ser substituída por tecido cicatricial, que não tem capacidade de bombear sangue.

Apesar de ser uma condição séria, a insuficiência cardíaca pode ser controlada com diagnóstico precoce, acompanhamento contínuo e mudanças no estilo de vida. Controlar a pressão arterial, manter o colesterol e a glicemia sob controle, praticar atividade física regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool e manter uma alimentação equilibrada são atitudes que ajudam a prevenir a doença e também a reduzir seu impacto quando já está instalada.
Embora possa afetar pessoas em qualquer idade, é mais frequente em idosos, especialmente após os 70 anos. Ainda assim, com os avanços nos tratamentos, muitos pacientes conseguem viver por anos com boa qualidade de vida, desde que sigam o acompanhamento médico adequado. A insuficiência cardíaca é uma condição séria, mas informação, prevenção e tratamento especializado fazem toda a diferença para que o coração continue funcionando da melhor forma possível.