Transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti a dengue, vem se tornando cada vez mais um problema e uma preocupação de saúde pública, em muitas partes do mundo, principalmente em regiões tropicais como o Brasil.
Só este ano, foram registrados 688.461 casos prováveis de dengue, com 122 mortes confirmadas pela doença, segundo o Ministérios da saúde. Neste mesmo período em 2023, o Brasil registrou 165.839 casos de dengue, uma diferença de pouco mais de 315% com relação a 2024. Nesse artigo falaremos mais sobre a dengue, como é transmitida, seus sintomas, cuidados e prevenção e sobre a campanha de vacinação.
O que é a dengue
A dengue integra um conjunto de doenças conhecidas como arboviroses, as quais são caracterizadas pela sua origem viral e pela transmissão através de vetores artrópodes, nesse caso o mosquito Aedes Aegypt. É caracterizada como doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada.
Embora a maior parte dos doentes se recuperam, alguns casos podem evoluir para formas graves da doença e até levar ao óbito. Os números de óbitos por dengue podem ser evitáveis, dependendo, na maioria das vezes, da qualidade de assistência prestada aos doentes.
Transmissão
O vírus da dengue é transmitido através da picada de mosquitos infectados. A fêmea do mosquito precisa de sangue para produzir seus ovos, portanto ela é a responsável por picar os seres humanos. Quando em contato com uma pessoa portadora da doença, o vírus, após alguns dias invade a glândula salivar do mosquito e o torna infectante permanentemente. Logo, quando a fêmea pica uma pessoa, o vírus é transmitido através da saliva.
O Aedes Aegypti apresenta hábito diurno, e com frequência é encontrado em ambientes urbanos e dentro dos domicílios. A fêmea precisa de água parada para o seu ciclo de reprodução, uma vez que após a eclosão dos ovos, as larvas do mosquito se desenvolvem em ambiente aquático. O tempo entre a eclosão dos ovos e o mosquito tornar-se adulto, varia entre 7 a 10 dias.
Sintomas e tratamento
Após a picada do mosquito infectado, os sintomas da dengue geralmente começam a aparecer entre o 4 a 10 dias. O diagnóstico é feito através de análises de sintomas e exames laboratoriais de biologia molecular, de sorologia e de isolamento viral. Também há um teste rápido que é utilizado para triagem.
Os sintomas geralmente incluem febre alta, dores musculares, nas articulações e atrás dos olhos, dor de cabeça intensa, manchas e erupções cutâneas, náuseas, vômitos, diarréias e sangramento das gengivas ou do nariz.
Vale ressaltar que alguns outros sintomas podem aparecer e indicar maior gravidade da doença. Dores abdominais intensas que ocorrem de forma contínua, dor ao tocar o abdome, sangramentos e vômitos que não param, confusão mental, boca seca, sede excessiva, dificuldade respiratória e acúmulos de líquidos são considerados sinais de alerta.
Embora seja uma patologia que possui cura, o nosso corpo é o grande responsável por combater a doença. Geralmente, a cura ocorre de maneira espontânea, após 10 dias. Entre as principais recomendações estão repouso e hidratação. Não existe um tratamento específico, apenas medicamentos para tratar alguns sintomas como febre ou dor no corpo. É de extrema importância tomar os medicamentos de acordo com a prescrição médica, pois existem muitos remédios contraindicados em caso de suspeita de dengue.
Cuidados e prevenção
A maneira mais eficaz de se prevenir contra a dengue, é combater o mosquito Aedes Aegypt. É importante manter o domicílio sempre limpo e eliminar locais onde o mosquito possa se reproduzir. Algumas medidas que você pode tomar para reduzir o risco de contrair a doença são:
- Eliminar criadouros de mosquitos: Esvazie regularmente recipientes ao ar livre que possam conter água parada, como vasos, baldes e pneus velhos, pois esses são locais comuns de reprodução para mosquitos.
- Usar repelente de insetos: Aplique repelente de insetos na pele exposta quando estiver ao ar livre, especialmente durante as horas do amanhecer e do entardecer, quando os mosquitos estão mais ativos.
- Vestuário adequado: Use roupas de manga comprida e calças compridas, preferencialmente de cores claras, para reduzir a exposição da pele às picadas de mosquito.
- Instalar telas mosquiteiras: Coloque telas mosquiteiras em portas e janelas para evitar que os mosquitos entrem em sua casa.
- Controle de mosquitos: Em áreas onde a dengue é endêmica, considere o uso de métodos de controle de mosquitos, como inseticidas ou larvicidas, sob a supervisão de profissionais de saúde pública.
Vacinação
No início do mês de fevereiro deste ano, o Governo Federal iniciou a vacinação contra dentre pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita e com o uso da vacina Qdenga. A princípio, a vacinação irá priorizar determinados públicos e regiões, que apresentam maiores riscos e altos índices de hospitalização pela dengue. O primeiro grupo a receber a vacina serão as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
A vacina foi desenvolvida a partir do sorotipo 2 do vírus, utilizando-o como esqueleto genético, e pode reduzir significativamente o risco de contrair a doença, e atenuar os sintomas e gravidade da infecção. Pode ser tomada por pessoas que já entraram em contato com o vírus ou ainda não contraíram a doença. Porém, é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com sistema imunológico suprimido ou comprometido ou pessoas que possam ter alergia a algum componente da vacina.
A dengue continua sendo um importante problema de saúde pública em muitos lugares, mas com medidas adequadas de prevenção e controle, podemos reduzir significativamente sua propagação. É importante informar as pessoas sobre a doença e promover práticas de prevenção eficazes para combater a dengue.
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